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CAPA

EDITORIAL (pág.2)
Renato Azevedo Júnior - Presidente do Cremesp


ENTREVISTA (pág.3)
Áquila Mendes


PLENÁRIA TEMÁTICA (pág.4)
Reprodução Assistida


DIÁLOGOS (pág.5)
Exame do Cremesp


PLANOS DE SAÚDE (pág.6)
Mobilização dos médicos paulistas


MOVIMENTO MÉDICO (pág.7)
Carreira Médica


PESQUISA (pág.8)
Demografia Médica


BIOÉTICA (pág.10)
Prontuário do paciente


PLENÁRIA TEMÁTICA (pág.11)
Declaração de óbito


COLUNA CFM (pág.12)
Artigos dos representantes de SP no CFM


AGENDA DA PRESIDÊNCIA (pág.13)
Participação de diretores e conselheiros em eventos relevantes para a classe


CENTRO ESPECIALIZADO (pág.15)
Centro de Referência da Saúde do Homem


GALERIA DE FOTOS



Edição 297 - 10/2012

COLUNA CFM (pág.12)

Artigos dos representantes de SP no CFM


Qual o médico que queremos?


Desiré Carlos Callegari*
desire@portalmedico.org.br



“O médico que o país precisa deve contar com políticas de governo, capazes de dar-lhe condições de atendimento”


Neste outubro, quando se comemora o Dia do Médico, convido a todos – gestores, pacientes e, sobretudo, profissionais – a fazer um ponto de reflexão: afinal, qual o médico de que o país precisa? Em função do que exala do noticiário, acontece na rotina dos hospitais e se sucede nas rodas de conversa da categoria, percebo que as conclusões estão longe de ser únicas e hegemônicas.

Para o governo, o país necessita de um médico dócil, quase domesticado, que não se importe com as condições de trabalho que lhe são oferecidas e nem questione as políticas públicas adotadas. A capacidade e a qualificação desse médico não têm tanta relevância, desde que o ajudem a fazer seu marketing e ignore as limitações impostas pela falta de equipamentos, insumos e de uma rede de referência e de contrarreferência.

Já a população sonha com um médico forjado segundo suas necessidades: ativo, preparado, preciso no diagnóstico e no tratamento. Acima de tudo, o paciente quer um médico que conjugue tudo isso com um olhar atencioso, sempre interessado em escutá-lo. Por culpa de Hollywood, visualiza nele algo das séries americanas: um quase super-herói, esquecendo-se de suas necessidades humanas e reais.

No entendimento dos mais jovens da categoria, o médico deve ser um profissional bem-sucedido, com ganhos que justifiquem os altos investimentos feitos ao longo de sua formação. Neste caminho, vale trocar o dia a dia das especialidades básicas pelo ambiente sofisticado de clínicas de alto padrão. Cria de escolas descompromissadas, tem a vulnerabilidade dos que entendem a Medicina como uma escolha de mercado.

Todas essas três visões trazem abordagens limitadas e incompletas, que, se preva-lentes, podem comprometer definitivamente a qualidade da assistência oferecida no país. Por outro lado, as contribuições destes três segmentos – governo, população e profissionais – são fundamentais para responder nossa questão inicial.
 
O médico que o país precisa deve contar com políticas de governo, capazes de dar-lhe condições e amplo apoio no atendimento. Isso implica um reconhecimento por parte do Estado de que é preciso investir fortemente em saúde no país e ser menos midiático.

Esse médico ideal também tem de contar com o respeito de seus pacientes, inclusive no reconhecimento de suas limitações. Sua dedicação não deve ser vista como sobre-humana, mas resultado da ação de um profissional apaixonado pelo que faz.

O médico que o país precisa tem de fortalecer seu escudo ético. Ele não é um mercador ou garoto-propaganda, nem deve agir como tal. Até pode ter seus projetos pessoais, desde que nunca superiores aos seus compromissos hipocráticos.

Será possível ter tudo isso? Não tenho dúvidas de que sim. O quadro que se apresenta já nos dá o caminho das medidas que devem ser empreendidas. Cabe a nós agirmos para que cada uma delas se concretize. Desta forma, responderemos à altura a expectativa do país.
Comissões éticas – por que obrigatórias?



“Comissões de ética ativas certamente contribuem para valorizar todo o corpo clínico da instituição”


Renato Françoso Filho*
rfrancosof@gmail.com


No Dia do Médico, 18 de outubro, nos anos pares, são realizadas as eleições das comissões de ética em todas as unidades de prestação de serviço médico em território brasileiro, respeitada a Resolução CFM (RD 1657/2002). Essa medida revogou a RD 1215/85, que já determinava a obrigatoriedade de sua constituição em todas as instituições que comportem mais de 15 médicos em seu corpo clínico.

O Cremesp já havia editado, em 1998, a RD 83, normatizando as comissões, suas atribuições e normas de eleição.

Participando de cursos de capacitação das comissões de ética, atividade pedagógica deste Conselho, observamos a enorme dificuldade que é constituí-las, condição obrigatória para registro da unidade no Conselho. Há um enorme vazio de informação a respeito da finalidade dessas comissões e das demais exigidas pelos conselhos, como as de revisões de prontuário e de óbitos. Parte dos médicos pensa que são absurdas e burocráticas exigências a assoberbar o corpo clínico das instituições com atividades não remuneradas; cargos honoríficos, que irão exigir reuniões, além de eventualmente desencadear desavenças entre colegas, gerar incompreensões e perda de tempo.

Foi-se o tempo do trabalho não remunerado, ressalvando que esta é opinião pessoal. Penso que alguma forma há para remunerar aqueles que dedicam parte do tempo, subtraído do trabalho ou do convívio familiar, contribuindo para a qualificação da instituição em que exercem sua prática. Pode ser em abono de horas, valores de consultas, cédulas de presença, enfim, em cada local deve (insisto, a meu ver) ser buscada forma de recompensar os médicos que se dispõem a participar. É lógico que este valor terá mais sentido como incentivo do que propriamente relevância no orçamento dos seus membros. Mas precisa haver, sem, no entanto, caracterizar qualquer vínculo de dependência entre as comissões e as administrações. É dever das direções das instituições de saúde prover recursos para esta finalidade. 

A participação nas comissões deve orgulhar os que as constituem, na medida em que serão referências éticas, morais e técnicas, eleitos pelos seus pares. Dispõem-se a participar aqueles que se preocupam com a forma com que a profissão é exercida e com as condições do trabalho médico. Comissões ativas certamente contribuem para valorizar todo o corpo clínico da instituição, enaltecem a Medicina e os médicos que ali trabalham.

As comissões de ética são o próprio Conselho no interior do hospital, pronto atendimento, ambulatório, posto de saúde ou qualquer outro local de trabalho onde existam médicos. Ativas, zelam para as boas práticas e pelo respeito que deve existir entre os pares, demais profissionais e a população assistida. As comissões de ética se relacionam com as demais comissões, com a administração e com os usuários dos serviços, exercendo relevante função aglutinadora que resulta em benefício a todos os envolvidos.

 

(*)Desiré Carlos Callegari (titular) e Renato Françoso Filho (suplente) são representantes do Estado de São Paulo no Conselho Federal de Medicina


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