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CAPA

EDITORIAL (pág.2)
João Ladislau Rosa - Presidente do Cremesp


ENTREVISTA (pág. 3)
David H. Jernigan


DROGADIÇÃO (pág. 4)
Indústria do álcool e Copa


COPA DE 2014 (pág. 5)
Fiscalização na Arena Corinthians


SAÚDE SUPLEMENTAR (pág. 6)
Contratualização


CBHPM (pág. 7)
Tramitação do PLC 39/07


ENSINO MÉDICO (pág. 8)
Qualidade acadêmica


PARCERIA (pág. 9)
Monitoramento e fiscalização


ANVISA (pág. 10)
Importação de medicamentos controlados


AGENDA DA PRESIDÊNCIA (pág. 11)
Novos diretores do Sindicato dos Médicos


INFORME TÉCNICO (pág. 12)
GEC é obrigatório em SP


JOVEM MÉDICO (pág. 13)
Saúde física e mental


COLUNA DO CFM (pág. 14)
Artigo do representante de SP no Federal


ELEIÇÕES CFM 2014 (pág. 13)
Comissão Eleitoral


BIOÉTICA (pág. 16)
O uso medicinal de Cannabis sativa


GALERIA DE FOTOS



Edição 315 - 06/2014

JOVEM MÉDICO (pág. 13)

Saúde física e mental


Alto nível de exigência da profissão afeta o médico desde estudante

Jovens médicos não devem ignorar sintomas relacionados às situações estressantes da rotina diária


Pacientes difíceis, privação do sono e extensos plantões são alguns dos fatores de risco para a saúde do médico


O jovem médico depara-se com uma série de questões iminentes da Medicina logo no início de sua carreira e, apesar de uma rotina estressante que afeta sua saúde física e mental, muitos tendem a não procurar ajuda. A necessidade de lidar com pacientes difíceis, a privação de sono, os extensos plantões, o convívio diário com o sofrimento, a dor e a morte, a má remuneração e a alta responsabilidade em relação a tomadas de decisões, são alguns dos fatores que fazem parte da rotina do médico e que podem, aos poucos, causar um nível elevado de estresse e desencadear agravamentos de problemas psíquicos.

Além da convivência com situações de estresse, as resistências que os médicos têm em admitir que estejam passando por algum problema em relação à saúde física ou mental fazem com que levem, em média, sete anos e meio para procurar ajuda médica, correndo o risco de a doença se agravar. É preciso levar em consideração, também, a preocupação exagerada com a carreira, muitas vezes fazendo com o que o profissional deixe sua vida pessoal de lado, adie planos em relação às questões familiares e procure trabalhar em um ritmo acima de seu limite físico e psíquico.

Os problemas mais comuns, que acometem os médicos que lidam diariamente com situações de alto nível de exigência física e mental, são a dependência de álcool e/ou de drogas, as doenças afetivas, distúrbios alimentares (os mais comuns são a anorexia e a bulimia, que acometem principalmente as médicas), demências e/ou delirium pro­vocados pelo consumo de álcool e transtornos de personalidade. Há ainda as doenças físicas, entre elas os distúrbios cardiocirculatórios (que têm ligação com o uso excessivo de álcool, nicotina e drogas), neoplasias e doenças do aparelho respiratório, co­mo indica o estudo feito pelo Cremesp e a Unifesp em 2012.

Sem limites
Mauro Aranha, psiquiatra e vice-presidente do Cremesp, faz um alerta sobre a característica que o médico tem de colocar o exercício profissional co­mo prioridade, sem dar um limite no tempo em que se dedica à Medicina, muitas vezes chegando a seu esgotamento total, e a importância que essa limitação tem na saúde do profissional. “Temos que sensibilizar os médicos sobre o seu presenteísmo (presença física, mas com pro­dutividade baixa), que muitas vezes ocasiona atritos com pacientes, por esgotamento. O profissional nessa situação tem reduzida a sua disponibilidade cognitiva e afetiva para acolher o paciente”, comenta.

Para Alexandrina Maria Augusto da Silva Meleiro, coordenadora da Comissão de Assistência à Saúde Mental do Médico da Associação Brasileira de Psiquiatria, o fato de o médico focar muito a carreira, faz com que ele não perceba ou admita que está enfrentando algum problema emocional. Daí a importância de tratar os primeiros sintomas, evitando que o quadro evolua. “Nossa classe deve ser mais sensível às dificuldades de reconhecer o próprio pedido de ajuda ou de seu colega, sem deixar de zelar pelos interesses dos pacientes”, diz Alexandrina.

 



Ansiedade dos residentes

A alta competitividade existente entre os médicos residentes é uma das causas dos quadros de ansiedade. Principalmente entre os que convivem com situações de atendimento de emergência e paradas cardíacas, que precisam explicar um caso delicado ou lidar com pacientes em fase terminal. Luiz Roberto Mi­lan, psiquiatra do Gru­po de Assistência Psicológica ao Aluno (Gra­pal) da FMUSP, explica que os altos níveis de ansiedade e estresse são mais comuns em pri­mei­ra­nistas, e que tal quadro tende a diminuir ao longo da Residência, quando o residente tem a sensação de já ser um médico formado, que precisa saber lidar com as situações.

De acordo com Milan, o médico enfrenta estresse em três áreas: a profissional (diante de atendimentos difíceis, necessidade de uma gama enorme de conhecimento para atuar na profissão, medo de errar e falta de perspectiva em relação à carreira), a situa­cional (privação de so­no, dramas familiares e amorosos) e a pessoal (saúde e comportamento). Em meio a esse ambiente estressante, as mulheres são as mais afetadas pela equação jornada de trabalho X vida pessoal, mas, por outro lado, também procuram mais auxílio médico e psicológico.

 


 

Estresse do estudante

Há indícios de que o estresse do médico começa já durante a graduação. Pesquisa realizada com 87,5% dos estudantes do primeiro ao sexto ano de Medicina da Faculdade de Medicina de Marília (Famema), em 2003, apontou que 60,1% das alunas tinham estresse, enquanto entre os homens, esse número cai para 41,06%. A escola oferece, por meio do seu Grupo de Apoio Psiquiátrico do Núcleo de Atendimento Psicológico e Psiquiátrico do Corpo Discente (Nuadi) atendimentos psicológico, psiquiátrico e de emergência, e encaminhamento para psicoterapia e orientações aos alunos, familiares e docentes.

A tendência elevada de estresse entre as mulheres deve-se, teoricamente, à propensão a serem mais sensíveis, absorverem mais os dramas que seus pacientes enfrentam, além da questão da maternidade tardia, devido à necessidade de dedicação à profissão. No geral, em 63,71% dos casos, em ambos os sexos, havia predominância de sintomas psíquicos – mais intensos a partir do 5° ano, principalmente entre as alunas, com índices de 90%. Em 24,05%, os sintomas físicos eram mais frequentes e 13,24% apresentavam os dois tipos.

Kátia Burle dos Santos Guimarães, conselheira do Cremesp e coordenadora do Nuadi/Famema, defende a importância de um espaço para o atendimento do estudante de Medicina, já que o nível de estresse desses alunos é maior do que naqueles que optam por outros cursos. Apesar dos números se referirem a um estudo local, a literatura sobre o tema mostra que o nível elevado de estresse entre os estudantes de Medicina é um fenômeno global. “Registramos que, em 90% dos casos, os alunos não haviam adoecido ainda, o que demonstra que precisamos intervir antes para evitar danos maiores”, comenta.

 


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