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Alexandre Fonseca


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Edição 330 - 10/2015

EU, MÉDICO (pág. 12)

Alexandre Fonseca


Tecnologia a serviço da Medicina

Para o médico Alexandre Fonseca, a telemedicina
pode ajudar muito em áreas remotas com o diagnóstico
à distância feito por especialistas


Fonseca: atendimento de trauma de face à distância
com alta fidelidade de dados

 

Gerar conhecimento e espalhá-lo para o restante do País é considerada, pelo cirurgião plástico Alexandre Fonseca, uma das principais funções dos grandes centros médicos. Ele espera participar desse processo com sua tese de doutorado, realizada na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), que apresenta uma análise de atendimentos ao trauma de face através da telemedicina.

O relacionamento de Fonseca com a tecnologia, porém, vem de bem antes disso. O médico foi uma criança atraída por brinquedos eletrônicos, como ele lembra, e naturalmente foi se envolvendo com as novidades que apareciam pelo caminho. E isso inclui aquelas relacionadas à profissão.

Ele explica que, na Medicina, seu primeiro grande fascínio por uma inovação foi introduzido na disciplina de Anatomia, ainda na graduação, concluída em 2000. Seu professor, Aldo Junqueira, conseguiu apresentá-los a uma novidade que surgia junto à vinda da tomografia ao Brasil, a anatomia seccional. Nela, os alunos estudavam os cadáveres em placas de acrílico, o que alterava o ângulo de visão e percepção de suas estruturas. “Acho que a primeira coisa que me fascinou de tecnologia ligada à Medicina foi isso. Depois, tudo que era novidade, tratamentos diferentes, eu tinha uma especial atenção”, diz.

“Tudo aquilo que me interesso na Medicina, mesmo que não proposital, acaba tendo uma relação com tecnologia. Quando você opta por Medicina, o mundo à sua volta é esse. Você decide não só por uma profissão, mas por um estilo de vida”, declara o médico.

 

Preceptoria
A vida acadêmica de Fonseca inclui também o trabalho como médico assistente no Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp), ligado ao Hospital das Clínicas (HC). “Tenho contato com os residentes, gosto bastante de dar aula, gosto de ensinar”, conta ele que, após a residência em Cirurgia Plástica, também foi preceptor da área por um ano. “Foi bom porque entrei em muitas cirurgias auxiliando os mais novos, e foi um link para quando apareceu a vaga no HC”, explica.

Foi por meio do trabalho com os residentes que o médico chegou até as pesquisas que deram origem ao seu estudo. Fonseca recebia fotos, frequentemente no smartphone, para consultas sobre pacientes que chegavam ao hospital e percebeu que era importante fundamentar se o método funcionava e era aplicável.

“Algumas vezes os residentes estavam no hospital atendendo e falavam que queriam discutir um caso comigo. Mais pela necessidade de ser rápido, o que para o paciente é melhor também, eles mandavam uma foto. Antes era com máquina digital, mas com o smartphone isso ampliou muito”, conta.

Usando um método de comparação de fichas preenchidas à distância e no local, ele conseguiu comprovar que é possível um atendimento de trauma de face à distância com alta fidelidade dos dados. Nesse caso, utilizando o aplicativo para videoconferência Facetime.

Para Fonseca, a telemedicina pode ser muito útil para o Brasil, visto que o País tem extensão continental e que a tecnologia utilizada é relativamente simples: um celular e uma rede 3G. “Não é viável deixar um especialista em cada instituição de saúde. Ele ficará muito ocioso, então eles se fixam principalmente nos grandes centros. Eu posso não conseguir tratar o paciente que está longe, mas o que causa mais sofrimento não é a falta de tratamento, mas de diagnóstico”, opina. Ele acredita que, com um diagnóstico mais preciso, realizado por especialistas à distância, seria possível evitar transferências desnecessárias. E isso resolveria muitos dos problemas gerenciais da rede hospitalar.

 

Em família
No celular do médico, além de vários arquivos profissionais com imagens de exames, há muitas fotos dos três filhos. O médico não se importa que os aspectos profissional e pessoal se misturem no smartphone. Para ele, integrante de uma família de médicos, essa é uma realidade constante.

A configuração familiar de Fonseca pode ser explicada por um infográfico improvisado: ao casar-se, entrou para uma família de médicos. O sogro – filho de médicos – e os cunhados, um solteiro e outro também casado com uma médica, são cirurgiões plásticos, co­mo ele. Enquanto as mulheres da família – sua esposa, sogra e cunhada –, optaram pela ginecologia e obstetrícia. Todos, formados pela Faculdade de Medicina da USP, trabalham na clínica da família e, em meio a eles, a profissão quase nunca deixa de ser assunto.

 

Dedicação aos pacientes
Mesmo com o convívio familiar intenso, na tese de doutorado de Fonseca – cujo tema é Atendimento ao trauma de face por telemedicina. Validação de modelo de videoconferência com o uso de smartphone e análise de concordância com o atendimento presencial –, a primeira dedicatória se dirige aos pacientes. “Eu acho que isso é uma obrigação nossa. Tudo que temos e sabemos devemos aos pacientes. O que seria de mim sem eles? Poderia saber tudo de Medicina, mas não adiantaria nada. Tenho uma enorme gratidão a cada pessoa que atendi, porque cada uma delas me ensinou alguma coisa”, declara.

Antes de escolher a profissão a seguir, no vestibular, Fonseca fez testes de aptidão que indicaram alguma atividade entre Exatas e Biológicas. “Eu conclui que era engenharia agrô­noma, não era óbvio?”, ele ri. “Nem sabia que, no final das contas, iria acabar fazendo um curso de biológicas, mas muito ligado a Humanas. Eu não atendo a apendicite. Atendo uma pessoa, que tem uma família, está com dor, sofre. Tudo isso é ciências humanas”.

“Você só cresce quando consegue se ver através dos olhos dos pacientes. Então, dou muita importância a eles. Não tem como o paciente não estar em primeiro lugar. É algo que não se aprende na sala de aula, e o contato com o paciente define, pra mim, quem gosta e quem não gosta de Medicina”, conclui.

 

 


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