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CAPA

EDITORIAL (pág. 2)
Mauro Gomes Aranha de Lima


ENTREVISTA (Pág. 3)
Gonzalo Vecina


INSTITUIÇÕES DE SAÚDE (pág.4)
Hanseníase


SAÚDE PÚBLICA (Pág. 5)
Abelhas africanas


SAÚDE SUPLEMENTAR (Pág. 6)
Honorários médicos


ASSISTÊNCIA À SAÚDE (Pág. 7)
Hospital Universitário


PLATAFORMAS MÉDICAS DIGITAIS (Págs. 8 e 9)
Aplicativos


LITERATURA MÉDICA - (Pág. 10)
Nova publicação


AGENDA DA PRESIDÊNCIA (Pág.11)
Inclusão social


EU MÉDICO (Pág. 12)
Manuel Mindlin Lafer


JOVENS MÉDICOS (Pág. 13)
RM


CONVOCAÇÕES (pág. 14)
Comunicados


BIOÉTICA (pág. 15)
União homoafetiva


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Edição 337 - 06/2016

EDITORIAL (pág. 2)

Mauro Gomes Aranha de Lima



SOS Hospital Universitário

Mauro Gomes Aranha de Lima
Presidente do Cremesp

 



“O caso do HU-USP nos impõe uma reflexão específica sobre o compromisso e a importância de nossas universidades com a Saúde”

 

O Hospital Universitário da USP (HU-USP) chegou ao ápice de uma crise que se arrasta desde 2014, quando começou a se cogitar sua desvinculação da USP. Há mais de um mês foi restringido o atendimento pediátrico e oftalmológico e diversas grávidas deixaram de ser assistidas, tendo de recorrer a outros serviços da Zona Oeste. A seguir, houve limitação dos atendimentos em pronto-socorro.

O impacto para a população, especialmente da região, é enorme. Funcionários foram estimulados a se demitir voluntariamente e mais de 200 assim o fizeram nos últimos tempos. Além disso, 25% dos leitos do HU foram fechados.

Trata-se de um drama que tende a se amplificar em um momento em que muitos brasileiros perdem emprego por conta da crise econômica e, por absoluta falta de opção, abandonam planos de saúde, retornando às filas da rede pública.

Os protestos dos cidadãos e a recente greve de servidores para denunciar a escassez de estrutura, recursos e mão de obra qualificada ganharam a imprensa de semanas para cá. São sinal de alerta para um problema que está longe de ser pontual. Por isso, estivemos e estaremos dialogando com os diversos atores envolvidos na crise.

O caso do HU nos impõe uma reflexão específica sobre o compromisso e a importância de nossas universidades com a saúde. O tripé ensino, pesquisa e assistência deve ser resgatado, preservado e valorizado em prol da formação de profissionais em nível de excelência, a um só tempo, técnica e ética, pois que os benefícios, invariavelmente, decorrerão em bem-estar para a comunidade. 

O Cremesp atua como intermediador responsável dessa crise, visando contribuir para que o serviço volte à normalidade. Mais do que isso, para que o HU-USP faça jus à identidade e à missão idealizadas em sua criação: hospital-escola comunitário em que o ensino de graduação se dê em consonância com o perfil epidemiológico e sanitário da região, habitada por 600 mil pessoas. 

Cabe à USP, ao Governo do Estado e à Prefeitura do Município de São Paulo assumirem sua parcela de responsabilidade e criar alternativas para que os habitantes da região não sejam penalizados. Temos a informação que para reativar plenamente os serviços do HU são necessários cerca de R$ 14 milhões.

Se pensarmos nas cifras que ocupam diariamente a imprensa no noticiário político-policial sobre desvio de verbas no País, há de se convir que é possível e razoavelmente barato resolver o problema.

Esperamos sensibilidade e ações imediatas para o restabelecimento pleno do Hospital Universitário. Estamos vigilantes.
 


Opinião

 

Formação médica para o SUS

Marcos Boulos
Diretor e coordenador do Departamento de Comunicação


“A formação dos profissionais não supre as necessidades
da atenção primária”


As escolas médicas brasileiras, em sua grande maioria, preparam os médicos basea­das no modelo Flexneriano, no qual o padrão científico prevalece, com a Biologia assumindo papel preponderante.

Essa abordagem leva à valorização das alterações da normalidade orgânica com investigação “armada”, baseada em exames subsi­diá­rios, em prejuízo da abor­dagem sistêmica, na qual se busca avaliar a dinâmica biopsicossocial por meio de diálogo, objetivando conhecer o indivíduo que ali está.

Quantos de nós não ficamos incomodados quando um paciente responde que não tem nada e só veio para saber se está tudo bem?

Com a formação fundamentalmente baseada em procedimentos especializados e de elucidação de ­doenças realizada em hospitais, o estudante elege seu modelo naquele professor que trabalha nessas instituições, e busca formar sua carreira nesse sentido.

Apenas 3% das doenças necessitam de hospitalizações, mostrando o viés formativo.

A procura dos programas de Residência Médica retrata esse fato: os mais concorridos são os de especialidade, enquanto os mais gerais, como o de Saúde da Família e Comunidade, Pediatria, têm pouca demanda.

A enorme maioria dos pacientes tem suas dúvidas, queixas e doenças resolvidas em programas de atenção primária, que necessita cada vez mais médicos para dar vazão a essa demanda crescente. No entanto, a formação desses profissionais não supre a necessidade do SUS.

Não foi por acaso a necessidade do Ministério da Saúde de buscar profissionais com perfil generalista em outros locais.

Para atingir sua plenitude e atender cada vez melhor a população brasileira, o SUS precisa ser aprimorado, mais bem financiado e gerido e, certamente, as escolas de Medicina precisam se adequar e formar mais médicos que busquem atender melhor essa sociedade tão carente.

 

 


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