Busca
Classificação de assuntos:

Pesquisa por palavra-chave:


Últimas Notícias
  • 27-03-2024
    Ato Médico
    Cremesp leva à Polícia Civil e Anvisa farmacêutico que realizou e feriu paciente em procedimento estético
  • 25-03-2024
    Atualização profissional
    Cremesp lança segunda edição do Manual Melhores Práticas Clínicas na Covid-19
  • 25-03-2024
    Programa Mais Médicos
    Fiscalização do Cremesp encontra irregularidades em São Bernardo do Campo
  • 22-03-2024
    Acreditação de escolas
    Cremesp recebe SAEME-CFM para falar sobre qualidade do ensino médico
  • Notícias


    07-05-2012

    Medicina Intensiva

    Aspectos éticos foram discutidos em seminário do Cremesp, realizado na sede da Casa no último dia 5


    Da esq. p/a dir.: Jorge Valiatti, Rosa Goldstein, Maria Júlia Kovács, Renato Azevedo, Maria Júlia Paes; André Baptiston e Samir Rasslan

    Em um universo marcado primordialmente por decisões de origem técnica, como o da UTI, há espaço para o debate ético e bioético? A responsta é afirmativa, segundo o Seminário sobre Desafios Éticos nas Unidades de Terapia Intensiva, realizado na sede do Cremesp no dia 5 de maio, e que contou com a participação de cerca de 120 pessoas, entre médicos intensivistas e demais especialidades, além de outros interessados em Ética e Bioética.

    Coordenado pelas Câmaras Técnicas de Medicina Intensiva e de Bioética da Casa, o seminário, dividido em palestras e discussão de casos. Teve seus trabalhos abertos pelo cardiologista Renato Azevedo Júnior, presidente do Cremesp, que destacou a “importância ímpar do evento, no sentido de buscar caminhos para administrarem-se os conflitos éticos antes mesmo de eles acontecerem”, em um ambiente que exige tanto dos médicos, como o da UTI.

    Azevedo agradeceu ainda a parceria e colaboração da Sociedade Paulista de Terapia Intensiva (SOPATI), na figura de seu presidente, Jorge Luis Valiatti, colega de mesa que representou também a Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB).

    Terminalidade da Vida
    A primeira mesa-redonda do seminário, presidida pelo intensivista Rubens Teodoro Szynkier, voltou-se aos Aspectos Éticos e Legais da Terminalidade da Vida, com palestra ministrada pelo conselheiro Reinaldo Ayer de Oliveira, coordenador da Câmara Técnica Interdisciplinar de Bioética do Cremesp. Ayer ressaltou que, enquanto a tecnologia caminha a passos largos, a moral e a ética funcionam de maneira lenta. “Se antes pensávamos coisas do tipo ‘em UTI é só sedar e deixa que a gente cura’, hoje sabemos que a participação do paciente é fundamental”.

    Marcelo Mook, da UTI de Adultos do Hospital Geral do Grajaú em São Paulo, trouxe ao debate o primeiro caso, relacionado à paciente internado com quadro grave, que culminou com lesão neurológica irreversível e importante. O grande dilema ético vinculou-se a atitude do médico, que se vê pressionado pela família do doente à continuidade de procedimento que considera não ser “do melhor interesse do paciente” – no caso, hemodiálise.

    Os relatos em UTI pediátrica couberam a Eduardo Juan Troster, coordenador das UTIs Pediátricas do Instituto da Criança do Hospital das Clínicas de São Paulo e do Hospital Albert Einstein, com comentários de Gabriel Oselka, coordenador do Centro de Bioética do Cremesp. Relacionaram-se a duas situações extremas: na primeira, criança com morte cerebral, não-doadora de órgãos, cujos pais se recusaram, por meses, a aceitar a retirada de suporte artificial à vida. A segunda era oposta: em reação rara, tanto o pai quanto a mãe de prematuro com múltiplas seqüelas e sem qualquer chance de sobrevivência que aceitavam  passivamente todas as decisões médicas em relação ao filho.

    Comunicação e cuidado paliativo
    Na palestra Limitação de Suporte de Vida em Adultos, o professor gaúcho Jairo Othero, da AMIB mencionou, entre outros pontos, as dificuldades de comunicação dos médicos de UTI.  “Em geral, não sabemos o que o paciente gostaria, mas não nos dignamos a ouvir suas famílias, quando tentam nos explicar”, lamentou. “Se ouvíssemos, saberíamos que o que mais querem é qualidade de vida, e menos, tratamentos agressivos. E quase todos gostariam de cuidados paliativos”.

    Também em relação a Cuidado Paliativo ao Paciente Grave, Ricardo Tavares de Carvalho, cardiologista e presidente da Comissão de Cuidados Paliativos do Hospital das Clínicas, de São Paulo, relatou, em palestra emocionante, que, em um ranking internacional dos 40 países com pior qualidade de morte, o Brasil ficou em 38° lugar. Perdeu apenas para a Índia e para Uganda. “Em cuidado paliativo é preciso envolvimento, ir para casa ‘mexido’, depois de atender o paciente. É saber que você deve contar sempre com equipe e muito planejamento”.

    O bloco da tarde do Seminário – gravado e que deverá transformar-se em uma publicação do Cremesp – teve como tema central O Relacionamento do Médico Intensivista com vários “atores” vinculados à UTI, como pacientes e seus familiares; médico assistente e com a equipe multiprofissional. Coordenado por Renato Azevedo, teve a participação dos intensivistas André Baptiston Nunes; Jorge Valiatti e Rosa Goldstein Alheira Rocha (delegada Metropolitana do Cremesp); além do cirurgião Samir Rasslan, professor da Santa Casa de SP; da enfermeira Maria Júlia Paes, e da psicóloga Maria Júlia Kovács – ambas professoras da USP.


    Auditório da sede do Cremesp: número de inscritos comprovou o interesse pelo tema 


    Por: Concília Ortona (Centro de Bioética do Cremesp) 

    Fotos: Beatriz Machado

    Tags: UTIsdesafios éticosmédicos intensivistasmedicina intensivabioéticaterapia intensivaterminalidade de vida.

    Veja os comentários desta matéria


    Meu pai foi internado com sepse na UTI de um hospital e senti, de fato, absoluta falta de comunicação. Até ver seu atestado de óbito, não sabia sequer que ele estava com septicemia e acidose metabólica... A família foi consultada apenas para saber se o queria intubado ou não... E se tratava de um hospital particular, com instalações luxuosas e com vários médicos da UTI formados em faculdades de segunda linha (só depois da morte de meu pai é que descobri isso). Decepcionante e traumático.
    Tania

    Deixe o seu comentário

        Dê sua opinião sobre a matéria acima em até mil caracteres. Não serão publicados  textos ofensivos a pessoas ou instituições, que configurem crime, apresentem conteúdo obsceno, sejam de origem duvidosa, tenham finalidade comercial ou sugiram links, entre outros.  Os textos serão submetidos à aprovação antes da publicação, respeitando-se a jornada de trabalho da comissão de avaliação (horário de funcionamento do Cremesp, de segunda à sexta-feira, das 9 às 18 horas). O Cremesp reserva-se o direito de editar os comentários para correção ortográfica.  Os  usuários deste site estão sujeitos à política de uso do Portal do Cremesp e se comprometem a respeitar o seu Código de Conduta On-line.

    De acordo.


    Este conteúdo teve 39 acessos.


    CONSELHO REGIONAL DE MEDICINA DO ESTADO DE SÃO PAULO
    CNPJ: 63.106.843/0001-97

    Sede: Rua Frei Caneca, 1282
    Consolação - São Paulo/SP - CEP 01307-002

    CENTRAL DE ATENDIMENTO TELEFÔNICO
    (11) 4349-9900 (de segunda a sexta feira, das 8h às 20h)

    HORÁRIO DE EXPEDIENTE PARA PROTOCOLOS
    De segunda a sexta-feira, das 9h às 18h

    CONTATOS

    Regionais do Cremesp:

    Conselhos de Medicina:


    © 2001-2024 cremesp.org.br Todos os direitos reservados. Código de conduta online. 374 usuários on-line - 39
    Este site é melhor visualizado em Internet Explorer 8 ou superior, Firefox 40 ou superior e Chrome 46 ou superior

    O CREMESP utiliza cookies, armazenados apenas em caráter temporário, a fim de obter estatísticas para aprimorar a experiência do usuário. A navegação no site implica concordância com esse procedimento, em linha com a Política de Cookies do CREMESP. Saiba mais em nossa Política de Privacidade e Proteção de Dados.