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Edição 25 - Outubro/Novembro/Dezembro de 2003

CONJUNTURA

Anabolizanres: perfil do usuário

Pesquisa aponta perfil dos Usuários de Anabolizantes em São Paulo

Solange Nappo* e Elisaldo Carlini**

Os substitutos sintéticos do hormônio masculino testosterona, popularmente conhecidos como anabolizantes, promovem o crescimento dos músculos esqueléticos - efeito anabólico - e o desenvolvimento das características sexuais masculinas - efeito androgênico. Daí, também advém o nome esteróides anabolizantes androgênicos (EAA). Terapeuticamente, são utilizados em várias patologias e, com maior freqüência, em pacientes com deficiência de testosterona. Essas drogas vêm sendo utilizadas de forma abusiva, principalmente por adolescentes do sexo masculino que buscam a "construção" do corpo e o ganho de força, o que supostamente melhoraria seu desempenho físico.

No Brasil, há poucos dados sobre a utilização indevida de anabolizantes. O que se sabia era procedente de relatos na imprensa leiga que levavam a crer no uso abusivo dessas substâncias por brasileiros. A partir dessa constatação, desenvolvemos um estudo por amostragem para conhecer o comportamento de 40 jovens não atletas da cidade de São Paulo, usuários de anabolizantes. Uma abordagem qualitativa permitiu investigar fatores ligados ao consumo dos anabolizantes, possibilitando entendê-los sob a ótica do usuário.

A faixa etária prevalente na amostra situou-se abaixo de 30 anos, constituída na sua imensa maioria por homens (Tabela 1). O uso entre homens é de duas a cinco vezes maior do que entre mulheres. Eles têm escolaridade alta e desempenham funções variadas como instrutor em academias de ginástica, seguranças, atendentes, dançarinos, músicos, vendedores  etc. Entre os principais motivos que os levaram a iniciar o uso dos anabolizantes, apontaram a baixa auto-estima, dificuldade de relacionamento devido a um corpo inadequado e, algumas vezes, a discriminação que sofreram por esses fatores, como ilustra o seguinte comentário: "meu corpo era péssimo, gordo, usava calça 48. Minha primeira namorada aconteceu só com meus 19 anos. Ninguém queria namorar comigo, era uma tristeza, era o gordinho da turma. Eu era assim, desprezado no último... gordo, mole, aquela coisa de molecada."

Conforme relataram, o uso de anabolizante foi iniciado quando ainda eram jovens, em geral tinham menos de 18 anos. Esse primeiro contato aconteceu por meio da academia de ginástica, do instrutor ou de amigos, dos quais souberam dos "benefícios" dos anabolizantes. Citaram a "procura de um corpo adequado" como o motivo do uso. O instrutor da academia de ginástica foi o facilitador para a compra da substância que, aproveitando-se do desconhecimento do comprador, oferecia a droga a preços superiores que outras "fontes", como descreve um dos usuários: "comprei na própria academia, de um instrutor. Inclusive, paguei bem mais caro; hoje em dia não compraria dele, tenho outros acessos por aí".  

Os medicamentos mais citados foram os de uso parenteral e disponíveis no mercado brasileiro (Tabela 2). Com alguma freqüência, também utilizaram preparações veterinárias. Deca-Durabolin e Winstrol foram os mais comuns, sendo que essa preferência deu-se unicamente pela indicação de amigos ou instrutores. A declaração a seguir dá uma idéia de como isso acontece: "foi um fisioculturista que me 'receitou'. Ele já fazia uso há sete anos..., entendia muito e eu confiei."

É difícil inferir alguma lógica na posologia recomendada. Observa-se que para um mesmo medicamento há uma grande variação de possibilidades posológicas "criadas" pelo amigo/instrutor, baseando-se no seu "conhecimento" e "experiência". Outro relato a seguir identifica essa situação: "tomei quatro Dequinhas (Deca-Durabolin) de 25 mg em quatro meses."

As doses são muito mais altas do que as recomendada terapeuticamente. Estudos divulgados pela American Medical Association (AMA) apontam que as mesmas podem ser até 100 vezes maiores do que as indicadas. Porém, o receio do desconhecido faz com que, na primeira vez, esses usuários não associem EAA a outras substâncias.

Da primeira vez que utilizaram as susbtâncias, tinham baixo grau de conhecimento sobre os efeitos adversos (Tabela 3). Quase a metade das pessoas pesquisadas na amostra não tinha a menor idéia do que seria administrado e também não se interessou em saber algo a respeito. A alta escolaridade dos entrevistados poderia pressupor um nível de informação adequado sobre EAA. Mas, ao contrário, nem mesmo tiveram curiosidade em ler a bula do medicamento, parecendo que o desinteresse era proposital, principalmente em relação às informações negativas. A frase a seguir descreve bem esse comportamento: "pouca coisa assim, nem sabia e nem queria saber, eu queria crescer". A confiança nos amigos e o fato de os mesmos terem aparência saudável, mesmo fazendo uso de anabolizantes, foram motivos suficientes para a despreocupação. Os que detinham alguma informação sobre os efeitos dos EAA, minimizavam sua gravidade. O usuário a seguir demonstra uma total abstração em relação aos efeitos: "eu sabia pouca coisa, pouquíssima coisa; por exemplo que podia dar câncer no fígado, aumentar a pressão arterial, insônia. Basicamente era só isso que eu sabia."

A negação dos efeitos negativos, característica de usuários de drogas, também foi identificada nos discursos dos entrevistados. As informações parciais sobre os efeitos dos EAA não foram suficientes para inibir seu uso. As informações que enfocam somente o lado negativo, alteraram muito pouco o comportamento dos usuários. Todos tinham expectativas muito positivas sobre o uso de anabolizantes. Ganho de massa muscular, definição de formas e força foram os objetivos mais citados, porém, a maioria não demonstrou entusiasmo com os resultados obtidos. Alguns efeitos colaterais da droga ficaram evidentes mesmo no primeiro ciclo, mascarando ainda mais os resultados esperados.

Mesmo insatisfeitos com os resultados obtidos no primeiro ciclo, continuaram utilizando-os, pois acreditavam que os efeitos "positivos" surgiriam, já que aqueles que recomendaram seu uso apresentavam mudanças em seus corpos. Outros tentaram parar, mas voltaram a consumir tão logo começaram a apresentar perda da massa muscular adquirida. Sobre esse sentimento de perda um dos pesquisados comentou: "eu estava perdendo demais. O que eu consegui, em questão de dois meses, eu estava praticamente sumindo."

Confirmando as observações de Komoroski and Rickert, também foi possível perceber uma insatisfação contínua com o corpo e a busca de um ideal inatingível. "Quando eu tinha 70 quilos, queria chegar nos 80, agora eu quero chegar nos 90. Os caras olham o braço, eu tenho 40 centímetros, mas agora quero 45", declarou um dos usuários.

A segunda vez
Na segunda vez, fizeram uso de anabolizantes por períodos que duraram de seis a 12 semanas, iniciando-o por doses baixas que foram aumentadas ao longo do ciclo (pirâmide). Também associaram vários anabolizantes, em diferentes concentrações e vias de administração (stack), chegando a utilizar até oito EAAs concomitantemente. Entre os ciclos, intercalavam tempo semelhante sem utilizar a droga. Acreditavam que isto daria tempo para o corpo ajustar-se às altas doses e que um período de abstinência garantiria a recuperação do sistema hormonal. Também achavam que a interação de vários EAA produziria um maior efeito no aumento muscular do que aquele obtido individualmente. Tanto o sistema de ciclos, como a pirâmide ou o stack, são teorias empíricas, criadas pelos próprios usuários e que são repassadas aos iniciantes. Também revelaram o aparecimento de efeitos colaterais, alguns graves, sendo os mais citados listados na Tabela 4.

Há na literatura descrição de casos consistentes de associação de comportamento violento com o uso de EAA - efeito mais citado pela amostra. O aumento da agressividade é acompanhado por uma diminuição da tolerância à frustração ou a situações provocativas. Esses efeitos são agravados por um aumento da confiança e do senso de invulnerabilidade que passam a sentir (Levandowski).

A ginecomastia é a conseqüência dos efeitos feminilizantes produzidos pelos estrógenos estradiol e estrona, produtos do metabolismo dos hormônios androgênicos (Wilson et al, 1980). Os níveis de estradiol em usuários que associam vários EAA chegam a ser sete vezes superiores aos níveis normais da fase estrogênica de uma mulher (Alen et al., 1985). O desenvolvimento de mamas em homens nem sempre é totalmente reversível, necessitando, algumas vezes, de remoção cirúrgica (Landry and Primos, 1990). Alguns usuários de EAA utilizam Tamoxifeno - bloqueador de estrógeno - na tentativa de impedir o aparecimento desse efeito.

Não está claro se esse agente é eficaz para esse propósito (Friedl and Yesalis, 1989). O aparecimento desse efeito perturba os usuários, mas o maior transtorno parece ser a possibilidade de parar de usar EAA ou de fazer exercícios físicos, no caso de uma cirurgia. A fala de um usuário traduz esse receio: "A pior coisa que eu tive foi ginecomastia. Todo mundo diz para tomar Novaldex (tamoxifeno). Mas na bula diz que é para ovular. Tem gente que diz que baixa o hormônio feminino, eu não acredito em nada disso, então eu prefiro não tomar. Também não procuro médico. Tenho medo que ele me diga que eu tenho que operar e aí eu vou ter que ficar parado. Eu sou viciado em musculação, não consigo ficar parado, treino todo dia."

Evidências clínicas e experimentais sugerem que os EAA alteram a função imunológica (Grossman, 1985) dos usuários que têm níveis significantemente mais baixos de imunoglobulina, especialmente IgA (Landry and Primos, 1990). Durante as entrevistas, foi possível observar que os voluntários apresentavam algum tipo de queda de resistência: "você fica totalmente desprotegido... peguei um resfriado que não consigo me livrar".

Entre os efeitos dermatológicos, a acne é resultante da estimulação das glândulas sebáceas, mais responsivas na presença de hormônios androgênicos (Johnson, 1990; Landry and Primos, 1990). Perda de cabelo é relatada tanto por homens como mulheres. É consequência da morte dos folículos pela presença de hormônios androgênicos. É uma situação irreversível, muito mais problemática para as mulheres. (Johnson, 1990). "Era eu tomar Durateston e amanhecia todo empipocado, parecia que eu estava com sarampo, principalmente nas costas e peito", relatou um dos entrevistados.

Há também um significante decréscimo do colesterol HDL e um aumento do LDL nos usuários de EAA. Isso os coloca em situação de risco aumentado para doenças cardíacas (Cohen et al., 1988). Os entrevistados (Tabela 4) relataram alterações cardíacas. "Sentia que meu coração disparava quando eu tomava anabolizante, eu percebia uma alteração nos batimentos e uma dor de cabeça insuportável", declarou um deles.

Também perceberam o aparecimento de problemas hepáticos, conforme o exemplo: "fiquei mal, tive problema no fígado. Perdi uns 10 kg e fui internado. Tudo que eu ganhei, perdi por causa desse problema."

São efeitos graves típicos das formas orais dos EAA, os que na posição 17-a são alquilados (ex: Dianabol, Winstrol). Necessitam um intenso metabolismo hepático para serem excretados, causando danos hepatocelulares, os quais resultam num aumento dos níveis das transaminases séricas. Entre outras patologias hepáticas, os EAA estão associados ao desenvolvimento de cistos hepáticos com sangue, os quais podem romper-se causando hemorragia hepática fatal. Além disso, tanto hepatoadenomas como hepatocarcinomas podem surgir em função do uso de EAA. (Johnson, 1990).

Efeitos masculinizantes
Uma grave masculinização pode ocorrer em mulheres como o crescimento de pelos faciais, alopécia, engrossamento da voz, diminuição dos seios, aumento do clitóris, atrofia uterina e irregularidades no ciclo menstrual (Johnson, 1990). Uma usuária fez essa queixa: "minha menstruação ficou atrapalhada. Algumas vezes não vinha."

Os anabolizantes inibem a liberação de hormônio folículo-estimulante (FSH) e hormônio luteinizante (LH) da hipófise, podendo resultar em atrofia testicular e diminuição da produção da testosterona natural (Lamb, 1994). Em consequência, também pode ocorrer uma diminuição da produção de esperma. A libido também parece ser alterada (Wilson, 1980). Este parece ser o problema que mais os aflige e em consequência buscam ajuda médica. "Eu tive um atrofiamento do testículo, parei de produzir esperma. Eu ficava com a minha namorada, tudo ía bem, eu sentia desejo, mas na hora de ejacular... era o mínimo, mínimo mesmo. Não saía quase nada. Eu ficava traumatizado. Fui procurar um médico", contou um voluntário.

Os usuários de anabolizantes desenvolvem uma dismorfia corporal. Passam a ter uma imagem distorcida de seu corpo. Acham-se pequenos e franzinos quando, na verdade, são musculosos. Uma personalidade narcisista (Porccerelli and Sandler, 1995), associada a mensagens poderosas da mídia e da sociedade enfatizando uma imagem herculiana, podem ser fatores desencadeantes dessa discrepância entre o que vêm no espelho e o que buscam desesperadamente (Pope et al., 2000b). Ficam de tal forma musculosos, que há uma rejeição dessa silhueta por parte das mulheres. "A mulherada sabe quando o cara toma bomba... têm uns que são fortes e a mulherda faz ironia com eles. Chamam os caras de ridículos, porque pode estar o maior frio e o cara está de camisa regata, dizem que é bombado...", declarou um dos entrevistados.

Essa opinião não os incomoda, continuam querendo um corpo maior e essa decisão é reforçada pela opinião de amigos. Algumas declarações deixaram claro que a opinião dos homens é o que mais os preocupa. Não se percebe nenhuma tendência homossexual por essa preferência, mas um sentimento de competitividade: "as mulheres até olham, mas quem fala mais são os homens. Eles dizem que o meu corpo está ficando legal, mais definido. É sempre bom ouvir...".

A característica de consumo com fins estéticos mascara a possibilidade de ser encarado como abuso. O fato de se constituírem como drogas lícitas gera também um desinteresse das autoridades em coibir seu uso. Informações mais precisas sobre o consumo desses medicamentos deveriam ser disponibilizadas aos jovens, assim como alternativas mais saudáveis de alcançar um corpo adequado. O estereótipo de homem musculoso deveria ter uma abordagem crítica pela mídia, academias e sociedade em geral, de forma a alertar sobre as conseqüências nocivas e a preservar a integridade física e psíquica de jovens que acreditam ser este o referencial de aceitação na sociedade.

TABELA 1 - Perfil sociodemográfico de 40 usuários/ex-usuários de anabolizantes

CARACTERÍSTICAnúmero

Sexo:
Masculino = 36 
Feminino = 04 
Idade/anos: 
19 - 23 = 17 
24 - 28 = 14 
29 - 37 = 09 
Escolaridade: 
1º grau* = 02 
2º grau* = 08 
3º grau* = 30 
Trabalho:
Academia de ginástica = 12 
Não trabalha = 07 
Outros**  = 18 
Bico *** =  3 


TABELA 2 - Medicamentos mais utilizados

MEDICAMENTO ANABOLIZANTE / PRINCÍPIO ATIVO / FORMA  FARMACÊUTICA

Winstrol® / Estanozolol / Injetável 
Deca-Durabolin® / Decanoato de  Nandrolona / Injetável 
Durateston® / Sais de Testosterona** / Injetável 
Primobolan® / Acetato de Metenolona / Injetável 
Androxon® / Undecanoato de Testosterona / Oral 
Hemogenin®  / Oximetolona / Oral 
Proviron® / Mesterolona / Injetável 
Testex® / Cipionato de Testosterona / Injetável 
Equipoise®* / Undeciclinato de Boldenona / Injetável 
Deposteron® / Cipionato de Testosterona / Injetável 
Anavar® / Oxandrolona / Oral

TABELA 3 - Grau de conhecimento sobre os efeitos adversos

                              Nº de usuários
Nada
Só efeitos positivos          19
Só efeitos negativos         13
Conhecimento adequado   6
Conhecimento adequado   2

TABELA 4 - Efeitos adversos mais citados

NÚMERO DE CITAÇÕES 
Nervosismo/Irritação/Agressividade = 24 
Problemas hepáticos =  8 
Ginecomastia =  5 
Problemas cardiovasculares =  5 
Efeitos dermatológicos =  5 
Problemas sexuais =  3 
Diminuição da imunidade =  3 
Efeitos masculinizantes em mulheres = 2 
Outros (tremor, fome, aumento da temperatura etc) =  7 

*Solange Nappo é professora-afiliada da Unifesp/EPM e pesquisadora do Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas (Cebrid)
**Elisaldo Carlini é professor titular de Psicobiologia do Departamento de Psicobiologia da Unifesp/EPM

 


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