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CAPA

EDITORIAL
Nesta edição, uma entrevista, inteligente e informal, com o bibliófilo José Mindlin


ENTREVISTA
José Ephim Mindlin: inteligência, lucidez e bom humor numa entrevista surpreendente!


CRÔNICA
Crônica de Artur Xexéu: Dr. Kildare versus Dr. Casey... Você lembra desses seriados médicos?


MEIO AMBIENTE
Estado do Amazonas: as comunidades indígenas e o (difícil) acesso à saúde


CONJUNTURA
A difícil rotina dos médicos intensivistas em UTI pediátrica é tema de tese de doutorado


SINTONIA
Veja o que diz Lynn Silver, subsecretária de Saúde de NY, sobre o sistema de saúde norte-americano


DEBATE
Debate sobre Custos e Qualidade no atendimento à saúde reúne Cremesp, HSL e Unimed


HOMENAGEM AO DIA DA MULHER
Texto de Isac Jorge Fº, rico em detalhes, traz a triste história das mulheres ditas "feiticeiras"...


GOURMET
Prepare-se para sentar-se à mesa e saborear duas receitas simples, mas deliciosas!


HOBBIE
Acredite: médico e artista cria nova técnica de pintura a partir da expressão de rabiscos


COM A PALAVRA
Pra descontrair, consulte o Pequeno Glossário de Chistes Médicos, de Christopher Peterson


TURISMO
Ilha Grande... ah... essa viagem você tem que fazer! Fotos e texto transportam você para lá, virtualmente...


CARTAS & NOTAS
Aqui, você tem um espaço aberto para comunicar-se com nossa editoria


LIVRO DE CABECEIRA
Para quem gosta de uma boa leitura, Raízes do Brasil, de Sérgio Buarque de Holanda


POESIA
Poesia de E. E. Cummings, do livro 40 Poem(a)s


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Edição 38 - Janeiro/Fevereiro/Março de 2007

LIVRO DE CABECEIRA

Para quem gosta de uma boa leitura, Raízes do Brasil, de Sérgio Buarque de Holanda


Setentão Atualizado

Raízes do Brasil, de Sérgio Buarque de Holanda, eterniza a crítica à sociedade brasileira

O livro Raízes do Brasil, do historiador e crítico literário Sérgio Buarque de Holanda, é um setentão revigorado. Escrito em 1936, foi pauta de extensas matérias comemorativas aos seus 70 anos, despertando o interesse das novas gerações. A tônica da obra é a crítica às heranças autoritárias nacionais e à resistência a mudanças, reveladoras do conservadorismo das elites.

Raízes do Brasil faz parte da Coleção História Geral da Civilização Brasileira, juntamente com a obra Do Império à República. Ambas foram escritas em período de ditadura no país e influenciadas por ela. Na mesma década surgiram Revolução Política do Brasil, de Caio Prado Jr. e Casa Grande e Senzala, de Gilberto Freire. São clássicos que revolucionaram a historiografia brasileira. O objetivo foi o de “mostrar que nunca houve democracia no Brasil e que necessitávamos de uma revolução vertical, que realmente implicasse a participação das camadas populares. Uma revolução que mexesse com toda a estrutura social vigente”, escreveu o próprio autor de Raízes do Brasil.

A idéia do livro, inicialmente intitulado América, surgiu em uma viagem à Alemanha, em 1930. Lá, Sérgio começou a refletir sobre o Brasil. Mais do que um trabalho de historiador, Raízes é um ensaio em uma época muito condicionada a narrativas dos fatos. Nessa primeira obra de Sérgio Buarque já é possível notar o que seria sua marca literária, a singularidade em cada conjuntura estudada, sem perder o presente de vista. Ele faz uma crítica ferrenha à sociedade brasileira, analisando a forma como é construída, o que o torna atual até hoje. O próprio autor dizia que, “para conhecer a experiência nacional, não bastava investigar seu passado, mas sim libertar-se dele”.

“Sérgio tinha uma grande erudição que se mostrava quando ele, para explicar um texto curto de 14 versos, mobilizava toda a civilização do Ocidente”, escreveu o crítico literário Antonio Candido de Melo Souza.

No capítulo “O Semeador e o Ladrilhador”, Buarque estuda a colonização portuguesa e a compara com a espanhola, em relação ao caráter de cada povo. Tanto para a Corte como para os súditos portugueses, a colônia era “lugar de passagem” em vez de novo mundo para construção de uma civilização.
A rápida dilapidação dos recursos se sobrepunha, instituindo na sociedade brasileira a incapacidade de planejar e pensar a médio e longo prazos. Sérgio ilustra essa idéia descrevendo as cidades da América espanhola, planejadas, com ruas retilíneas, construídas mais ao interior do que no litoral, lembrando que a Universidade de São Domingos foi fundada em 1538 e as de Lima e Cidade do México em 1551. Com exceção da obra dos jesuítas, no Brasil-Colônia as cidades cresciam desordenadas por ruas curvilíneas, desprovidas de fomento intelectual.

O livro também fala sobre a escravidão e redefine a índole cordial do povo brasileiro. Para Sérgio, o homem cordial vive sobre uma ética de fundo emotivo, lembrando que cor vem de coração. Esse homem de trato generoso, afável e hospitaleiro revela-se superficial e preocupado com as aparências, o que abre espaço ao personalismo.

“Meu pai era paulista, meu avô pernambucano”


Foto cedida pela Unicamp - Arquivo Central /SIARQ 
Fundo Sérgio Buarque de Holanda

Tal como a música de Chico Buarque, Sérgio nasceu em São Paulo em 1902, mudando-se para o Rio de Janeiro em 1921. Em 1925 formou-se em Direito pela Universidade do Brasil. Como jornalista dirigiu o jornal O Progresso e fundou a revista Estética, trabalhando também no Jornal do Brasil. Foi correspondente dos Diários Associados, na Alemanha, época que que começou a esboçar Raízes do Brasil.

Na Universidade do Distrito Federal foi professor-assistente de Henri Hauser na cadeira de História Moderna e Contemporânea. Tornou-se professor de História da Civilização Brasileira da USP até aposentar-se, no cargo de chefe do Departamento de História do Brasil. Sérgio Buarque, foi membro-fundador do Partido dos Trabalhadores, em 1980. Faleceu em São Paulo em abril de 1982. Foi amigo e “parceiro de bar” de intelectuais brasileiros, dos anos 20 aos 80. É lembrado entre os que o conheceram como uma pessoa simples, embora tenha sido um dos maiores expoentes da intelectualidade brasileira. “Ele tinha aversão ao solene e essa característica acentuava sua irreverência. Sérgio cantava, por exemplo, o hino à bandeira com a letra de Amélia. Ou então cantava sassaricando com versos em latim”, contou Suely Robles Reis de Queiroz, ex-assistente de Sérgio Buarque.

(Colaborou Vanessa Miano)

 Obra:
Raízes do Brasil em duas edições:
convencional e comemorativa

Autor: Sérgio Buarque de Holanda
Editora: Cia. das Letras
Número de páginas: 480


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